É o que aponta o prognóstico do boletim climático trimestral, aplicado à agricultura, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Cerro Largo. De acordo com o professor Sidinei Zwick Radons, que elabora o documento, a condição meteorológica ocorrente no trimestre março-abril-maio, associada ao mês de fevereiro, é determinante para a produtividade de soja no Rio Grande do Sul.
Conforme dados da pesquisa trimestral, o prognóstico é de que março encerre com chuva abaixo da normalidade, em abril precipitação deve ser normal e maio acima da média.
“Em se confirmando o prognóstico, poderão se consolidar prejuízos localizados para as culturas, pois períodos de estiagem, especialmente na fase de enchimento de grãos, produzem estresse hídrico e grande impacto na produtividade. O aumento das chuvas em abril e maio é motivo de atenção para o período de colheita, que necessita de tempo seco para ocorrer”, afirma Radons.
Nesses meses, na região das Missões, estão implantadas e em desenvolvimento vegetativo as lavouras de milho safrinha.
A distribuição das chuvas ao longo desses meses poderá ser mais determinante para a efetivação de uma maior ou menor produtividade do que seu volume mensal total.
Condições
meteorológicas
Conforme destaca Radons, a disponibilidade de chuvas é importante para a manutenção de bons níveis de umidade do solo, necessários para que ocorra a fixação de flores e o enchimento de grãos.
“Em fevereiro, como característica de um evento de La Niña, ocorreram chuvas mal distribuídas na região das Missões, com predominância de ocorrência de valores muito abaixo da Normal Climatológica, que é de 165 mm para este mês.”
Santo Ângelo foi o local em que a chuva ocorrida foi mais próxima ao normal (62%). Em contrapartida, Cerro Largo registrou apenas 32 mm em fevereiro, o que equivale a apenas 19% da média histórica. “Essa má distribuição das chuvas na região pode ter afetado a fixação de flores e o enchimento de grãos de lavouras de soja em alguns locais. Também as lavouras de milho (safrinha) em fase vegetativa podem ter sofrido perdas significativas em algumas localidades da região”, completa.
Boletim é elaborado pelo professor da UFFS /campus Cerro Largo, Sidinei Zwick Radons. Dado faz parte do projeto de extensão “Difusão da previsão meteorológica e climática à comunidade regional” e traz informações sobre as condições meteorológicas no trimestre março/abril/maio de 2021 na região das Missões. O projeto de extensão é coordenado pelo professor da UFFS/Cerro Largo, Anderson Spohr Nedel.