O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) confirmou, nesta terça-feira (3), a cassação cautelar do registro médico de Klaus Brodbeck. O cirurgião plástico, que tem 54 anos, está preso desde o último dia 16. Ele é acusado de abusar psicológica e sexualmente de, pelo menos, 127 pacientes.
Segundo a entidade que regulamenta o exercício da medicina no Estado, o registro foi suspenso de forma extraordinária. Na prática, a medida impede que Brodbeck exerça as suas funções até que o caso seja encerrado. Para ter o registro excluído em definitivo, ele precisa ser condenado pelo Cremers e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Antes mesmo da nova onda de denúncias, o cirurgião plástico – conhecido por realizar tratamentos estéticos em celebridades e influenciadoras – já havia sido alvo de sindicâncias no Conselho Regional. Por duas vezes, o entendimento já havia sido em prol da cassação. As decisões, entretanto, acabaram revertidas em Brasília.
Os casos voltaram à tona quando a Polícia Civil deflagrou uma operação para recolher provas relacionadas a 12 denúncias de abuso sexual feitas à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). A repercussão da história fez com que outras 115 possíveis vítimas também procurassem as autoridades.
Conforme as investigações, crimes contra a dignidade sexual teriam sido praticados por Klaus Brodbeck, em seu consultório, desde 2007. Segundo as vítimas, a importunação sexual começava já nas consultas, uma vez que o investigado se dirigia a elas com comentários que ultrapassavam os limites da relação médico-paciente.
Ameaças
O médico foi detido em Gramado, na Serra Gaúcha, após o registro de diversas ameaças feitas por sua namorada às denunciantes. A mulher usava as redes sociais para tentar coagir as vítimas. Na semana passada, o então advogado do acusado abandonou o caso após divergências com a companheira de Brodbeck.