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Adolescente que vivia em cobertura em Bal. Camboriú é alvo de operação contra golpe que simulava campanhas de doação

Adolescente que vivia em cobertura em Bal. Camboriú é alvo de operação contra golpe que simulava campanhas de doação
Foto- Policia Civil
28/05/2024 às 11:05

Polícia Civil gaúcha realizou buscas no local na última sexta-feira. Imóvel era usado, segundo a investigação, como espécie de QG para aplicar série de estelionatos virtuais

 

Uma cobertura de alto padrão na beira-mar em Balneário Camboriú, Santa Catarina, com aluguel de R$ 30 mil, é apontada pela polícia como espécie de QG usado para aplicar golpes pela internet. Entre as trapaças, está a que simulava campanhas de doações para o Rio Grande do Sul, para auxiliar as vítimas das inundações. O imóvel, onde residia um adolescente de 16 anos investigado pelo esquema, foi alvo de buscas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

A Polícia Civil gaúcha chegou ao local enquanto investigava os responsáveis pela fraude que buscava se aproveitar do momento de calamidade no Estado para lucrar pela internet. Um adolescente, que usa as redes sociais para divulgar a vida de alto padrão, tornou-se um dos investigados dentro da chamada Força-Tarefa Cyber — criada para apurar estelionatos virtuais e casos de disseminação de notícias falsas envolvendo as inundações no RS.

O adolescente de 16 anos já era alvo da investigação, mas dentro do imóvel a polícia localizou mais dois suspeitos, um de 17 e outro de 20 anos.

— Deparamos com esses três, sozinhos, numa cobertura de luxo, trabalhando com dinheiro ilícito, obtido pela internet. Eles estavam praticando naquele momento diversos golpes virtuais — afirma a diretora do Deic, delegada Vanessa Pitrez, em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (27).

A investigação aponta que o trio seria integrante do mesmo grupo, especializado em aplicar golpes pela internet, utilizando diferentes contextos. O adolescente de 16 anos é natural de Santa Catarina, enquanto os outros dois são do Alagoas e do Rio Grande do Norte. Os três teriam se unido para a prática dos estelionatos. A polícia ainda apura há quanto tempo o grupo estava atuando.

— Quando surgiu a tragédia, a enchente aqui no RS, eles se utilizaram disso para continuar e criar espécies de golpes. A gente ainda apura há quanto tempo eles atuam especificamente nessa modalidade que eles chamam de "black", mas entende que sim eles atuavam há mais tempo. Eles relataram durante o cumprimento dos mandados que de fato eram especialistas nessa modalidade de golpe. Tudo que chamava atenção da população em geral eles se utilizavam para criar golpes — afirma o delegado João Vitor Heredia.

O aluguel do imóvel, segundo a polícia, era dividido pelo trio. Dentro do apartamento havia equipamentos de informática com valor estimado em cerca de R$ 200 mil. Foram apreendidos no apartamento computadores, celulares, HDs e outros equipamentos que serão analisados para tentar extrair provas.

— De fato, eles se utilizavam desse apartamento como um quartel general para a prática de golpes diuturnamente. Eles estavam praticando golpes naquele momento. O próprio menor de 16 anos ouvido nos confirmou diversas espécies de golpes, que se utilizavam de qualquer outro fato nacional que chamasse atenção para a criação de golpes — explica o delegado.

Como há envolvimento de menores de 18 anos, a investigação passará a contar com apoio da Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca) para apurar os atos infracionais. Os adultos identificados seguirão sendo investigados pelo Deic. A polícia apura, entre outros crimes, a prática de estelionato, associação criminosa e uso de documento falso.

Como funcionava

Um dos pontos que despertou a atenção da polícia é a sofisticação do golpe. Neste caso, era usado um gateway (tecnologia de pagamento digital, conectando quem paga e a instituição financeira) para tornar mais complexa a identificação do destinatário e forçar uma licitude dos valores. Para impulsionar o golpe e motivar as pessoas a doarem, os golpistas fingiam que a campanha já havia arrecadado somas milionárias.

— Essas pessoas que praticam esses golpes já identificamos diversas modalidades. Alguns um pouco mais simples, mas ainda assim arrecadando dinheiro, e como esse praticado por esse adolescente, residente em Balneário Camboriú, que é um dos mais sofisticados — explica o diretor de investigações do Deic, delegado Eibert Moreira Neto.

Para a prática do golpe, segundo a polícia, foi criado um site, simulando uma campanha do governo do RS. A partir dali, havia um link para outro site falso, com uma vaquinha virtual. Por meio dessa página, era acessado um QR Code (processado por meio de uma loja virtual) para pagamento por Pix. A partir dali, quando a pessoa pensava estar fazendo a doação é que se concretizava o golpe.

O dinheiro era encaminhando para um gateway de pagamento, que faz a intermediação entre a pessoa que está comprando e a instituição financeira. O gateway direcionava esse pagamento para onde o golpista, o titular daquela conta, havia definido. Neste caso, segundo a polícia, o adolescente, como era sócio proprietário de uma empresa de consultoria online, direcionava o valor do gateway de pagamento para a empresa dele. 

— Então,  Mas, na verdade, se tratava de um golpe, que foi todo elaborado por eles, utilizando esses gateway de pagamento para fins de tentar ocultar a real ilicitude desses valores — explica Heredia.

Houve determinação da Justiça, a partir de pedidos da polícia, para o bloqueio de contas no valor de até R$ 1 milhão. Os policiais ainda investigam qual o valor que foi movimentado pelo grupo desde o início do esquema. 

Força-Tarefa Cyber

Desde o começo da força-tarefa já foram investigados 59 casos e abertos 29 inquéritos para apurar estelionatos virtuais e notícias falsas. Esta foi a segunda operação voltada para golpes realizada desde o início da mobilização. Segundo a polícia, já foi possível retirar do ar 71 páginas, contas e publicações.

Dicas

  • Não compartilhe notícias das quais não tem certeza sobre a veracidade da informação. Busque confirmar as informações que recebe por conversas de WhatsApp, por exemplo, em canais oficiais e pela imprensa.
  • Quem compartilha e dissemina as notícias falsas também pode ser responsabilizado por isso, não somente aquele que criou a informação falsa.
  • Verifique a confiabilidade da campanha para onde pretende doar algum valor. Na hora de realizar e concluir o pagamento, via Pix, por exemplo, confira se a conta e o destinatário do valor é a mesma pessoa física ou jurídica que solicitou a doação.
  • Se não souber para quem doar, busque campanhas oficiais, como do governo do Estado, por meio da campanha SOS Rio Grande do Sul.
  • Também é possível acessar o portal “Para quem doar”, que faz a certificação de credibilidade das campanhas.
  • Informe a polícia sobre casos de suspeita de golpes ou mesmo de divulgação de fake news.

Fonte: Polícia Civil – RS

Como registrar

Caso seja vítima de algum golpe ou perceba que uma página ou perfil está disseminando notícias falsas, registre o fato na Polícia Civil. Só assim será possível investigar os crimes e chegar aos responsáveis. A comunicação pode ser feita por meio do Disque-Denúncia no número 197, ou no 181. Também é possível registrar ocorrência nas delegacias ou pelo site da Delegacia Online.

 

 

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