Manifestação pacífica reúne produtores rurais do RS em protesto por medidas emergenciais do governo federal
Agricultores bloquearam parcialmente na manhã desta quinta-feira (30) o entroncamento das rodovias BR-392 e BR-285, no trevo de Entre-Ijuís, na Região das Missões, em uma manifestação pacífica que cobra do governo federal a securitização das dívidas do setor agropecuário.
O protesto ocorre em um momento crítico para o agronegócio gaúcho, que acumula três safras frustradas seguidas e enfrenta agora os impactos de mais uma enchente. Segundo os organizadores, o objetivo é chamar a atenção da sociedade e sensibilizar as autoridades para a situação de milhares de produtores em dificuldade financeira.
“Viemos de perdas consecutivas e agora estamos diante de mais um desastre natural. Muitos produtores não têm condições de honrar seus compromissos. Precisamos de uma solução urgente”, afirmou Daniel Casarin, presidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo. Ele destaca que a manifestação busca apoio popular e não pretende causar transtornos. “Estamos parando os veículos por apenas 10 minutos e depois liberando. A intenção é conscientizar, não prejudicar”.
Apoio da PRF e Brigada Militar
A manifestação conta com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Brigada Militar, que acompanham o protesto para garantir a segurança e a fluidez do tráfego. Panfletos estão sendo distribuídos aos motoristas com informações sobre o movimento e seus objetivos.
No local, centenas de produtores e máquinas agrícolas formam uma barreira simbólica, exigindo uma política de securitização com prazos realistas para pagamento das dívidas vencidas.
“Se não houver uma securitização justa, a quebradeira vai ser geral no setor primário, e isso inevitavelmente vai atingir toda a população”, alertou o produtor Laurindo Nikititz. Para ele, as medidas anunciadas até agora pelo governo são insuficientes para conter a crise no campo.
Clamor por apoio e solidariedade
Os agricultores pedem que a comunidade gaúcha compreenda a gravidade da situação e apoie a mobilização. “Nossa luta é por sobrevivência. Queremos continuar produzindo, alimentando o país, mas para isso precisamos de apoio concreto agora”, concluiu Casarin.
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